A par com as demais modificações implicadas na adolescência, destaca-se o desenvolvimento cognitivo. É na fase intermédia (entre os 13 e os 16 anos) que esta alteração ao nível das estruturas cognitivas ocorre. Assiste-se, deste modo, a um processo em que o pensamento operatório e concreto progride para um pensamento mais formal e abstracto (Tavares et al.,2007).
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Segundo Piaget (1976), o Pensamento Adolescente caracteriza-se por uma capacidade de pensar a longo prazo, planeando acontecimentos futuros; o jovem torna-se capaz de construir as suas próprias teorias e argumentos, através do cruzamento dos conceitos a que tem acesso. O adolescente ganha também a capacidade de reflectir sobre aspectos mundanos mais abstractos, adquire competência para planificar e resolver problemas e detém a capacidade de pensar, tendo por base a perspectiva dos pares.
Mais tarde, na década de 80 surge uma perspectiva alternativa à abordagem proposta por Piaget, a Abordagem do Processamento de Informação. Segundo esta teoria, a capacidade relativa ao processamento de informação torna-se facilitada num continuum desde a infância à adolescência. Deste modo, o pensamento mais abstracto e flexível característico do adolescente parece estar directamente relacionado com a panóplia de conhecimentos e estratégias de resolução de problemas cada vez mais alargada.
Aquando de uma reflexão sobre os aspectos cognitivos na adolescência, não podemos deixar de ressalvar o conceito de Egocentrismo Adolescente de David Elkind (1978). Este conceito é uma das características mais salientes do pensamento, que é responsável pelo adolescente se focalizar apenas em si próprio, mantendo a crença de que todos os seus pensamentos, sentimentos e experiências são únicos e independentes de todos os factores externos.
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