sábado, 30 de abril de 2011

Desafio 3 - Filme: Juno

Breve Sinopse

A personagem principal, Juno MacGuff, uma jovem de 16 anos, é surpreendida com uma gravidez indesejada. Este facto surge após Juno ter tido relações sexuais com um amigo da escola, Paulie Bleeker. Depois de ponderar um aborto, toma a opção de ter o filho e doá-lo a um casal que desejava adoptar. Com a ajuda das pessoas mais próximas procura o casal ideal para criar o filho.

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O filme que presentemente comentamos retrata uma das mais delicadas problemáticas, a gravidez na adolescência. É importante referir que a geração actual se defronta com as peculiaridades e imposições que a realidade social e humana apresentam. Deste modo, é importante referir que nos dias de hoje se verifica uma maior liberalização dos comportamentos precoces. Entre as causas mais comummente referidas como estando na base da gravidez na adolescência, destaca-se a urgência em desafiar as normas, o não relacionar o acto sexual com a gravidez, entre outras. Este acontecimento pode acarretar diversas consequências tais como rupturas familiares, sociais e escolares.
Freud (1905), defende que é na fase desenvolvimental, característica da adolescência, que o processo de construção da sexualidade culmina, pela capacidade que a jovem adquire de procriar. A maturidade sexual implícita na puberdade acarreta mudanças orgânicas às quais surge associado o desejo sexual e da sua prática surge muitas vezes uma gravidez precoce. (Dadoorian, 2003).
Um outro dama com que esta adolescente se depara é a procura de uma família para adoptar o seu bebé. Neste sentido, iludida pela sua imaturidade, Juno procura uma ‘utopia familiar’, conhecendo Vanessa e Mark. Mas, nem sempre a vida transcorre de maneira ideal e é a busca do equilíbrio entre o desejado e o possível que movimenta e desenvolve a capacidade de superar situações. O desenvolvimento desta capacidade está intimamente relacionado às experiências mais precoces que se tem no seio da família e constitui parte fundamental na construção da saúde emocional dos seus membros (Osório, 1992). No entanto, esta família não revelou essa capacidade, provavelmente devido às diferenças de interesses entre este casal jovem que são muito visíveis ao longo do filme.
Há que realçar também as palavras do pai de Juno quando esta estava na cama de hospital depois de dar à luz: ‘um dia vais voltar aqui, quando for a tua hora’. Esta frase remete-nos para o outro lado de uma gravidez precoce, o crescimento pessoal da adolescente. Apesar de todas as dificuldades e limitações, Juno consegue engendrar determinadas estratégias para minimizar o impacto da gravidez precoce. Na tentativa de lidar da melhor forma possível com a situação conta com o apoio das pessoas que lhe são mais próximas, nomeadamente o pai. A questão do aborto é também abordada, mesmo que não tenha sido a solução adoptada por Juno, optando por doar o filho para adopção. Uma das críticas que consideramos pertinente tecer ao filme prende-se com a naturalidade com que a gravidez precoce é encarada, de um modo tal que é passível de ferir susceptibilidades dos pais mais conservadores. Nem sempre uma gravidez indesejada é enfrentada deste modo na realidade, surgem muitas outras problemáticas associadas e a aceitação por parte dos familiares não é uma questão simples. De qualquer modo, recomendamos a visualização do filme, pela abordagem actual que apresenta, bem como destacamos o carácter educativo implícito no mesmo.

O vídeo que segue é o trailer do filme. É de realçar dois momentos do vídeo: o primeiro é quando Juno está a contar ao pai que está grávida e este diz que pensava que ela era o tipo de rapariga que sabia dizer não, ao qual ela responde ‘nem eu sei que tipo de rapariga sou’, este pequeno diálogo remete-nos para a grande questão da adolescência, a descoberta do próprio eu. O segundo momento é quando Juno reconhece a sua imaturidade para lidar com os problemas que está a enfrentar assim que o pai lhe pergunta onde ela estava e ela responde ‘estive a lidar com coisas muito acima do meu nível de maturidade’.



Bibliografia


 

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