A depressão na adolescência apresenta-se actualmente como um dos fenómenos clínicos mais comuns nesta fase. Deste modo, propusemo-nos reflectir um pouco sobre esta temática.
De facto, verifica-se uma elevada prevalência de fenómenos depressivos nesta etapa, facto que sustenta a opinião de inúmeros investigadores, ao defenderem este problema de saúde mental como um factor de grande impacto (Aseltine, gore & Colten, 1994 cit. por Manso & Matos, 2006).
Num estudo realizado por Wang e colegas (1994), é sugerido que adolescentes mais deprimidos relatam de modo significativo mais sentimentos de tristeza, de desespero em relação ao futuro e problemas do sono, quando comparados com o grupo controlo. Concomitantemente, têm um pior desempenho escolar e apresentam relações mais conflituosas com os pais (Kandel & Davies, 1982).
De acordo com (Monteiro & Lage, 2007) , a teoria da reactivação do complexo de Édipo pode ser a causa de alguns dos conflitos psicológicos que ocorrem nesta fase. Esta teoria reforça então a ideia de que estas manifestações de crise são necessárias e essenciais para o desenvolvimento psicológico do adolescente. No entanto, nem sempre o processo de superação deste complexo é possível, podendo manifestar-se uma sintomatologia mais patológica.
Segundo a opinião do grupo é necessário ter em conta que a adolescência tal como temos vindo a referir ao longo do blog é uma fase repleta de complexas mudanças, um processo de profundas descobertas e de adaptação aos diferentes contextos. Claro que quando esta busca de identidade e de exploração, não só individual mas também social, não acontece de modo salutar, é passível que se desenvolva no adolescente uma sintomatologia depressiva. Salienta-se deste modo, a extrema importância de um acompanhamento contínuo do adolescente, estando sempre alerta a mudanças bruscas no seu comportamento. A intervenção neste tipo de sintomatologia bem como nas demais quadros clínicos quanto mais cedo ocorrer, menor será o impacto na vida futura do adolescente.
Bibliografia: